segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Eletric Ego

Boom,
  E de repente, pôde-se ouvir um incrível fade-out, a desaceleração da maquina chamada cidade, mesmo que vivendo um pouco distante dela, um silencio quase que absoluto pairava no ar quebrado apenas pelos carros que rasgavam a rua. Estes, estavam mais barulhentos que nunca, e o asfalto gemia de dor, uma dor surda, sem inicio, sem irradiação, sem melhora, só piora.
  Eis que o silencio dura apenas alguns segundos, Malditos Geradores de Energia! voltam com o burburinho, o lamento elétrico, a nuvem de poeira sonora que paira sobre a cidade, alteras nossas ondas cerebrais e confunde alguns sentidos, reflexos e instintos humanos, faz de nós zumbis elétricos, acostumados com corrente elétrica correndo em nossas veias como monstros Frankensteins, desacostumados com o sangue, com o lado humano tedioso e monótono de talvez ler um livro ou escrever algo que talvez só faça sentido pra quem o escreveu.
  De longe da pra se ouvir as fabricas desacelerando até encerrar as produções, um prejuízo enorme pros grandes tubarões que as controlam, e uma merecida folga pros operários que tem um breve momento pra respirar, mesmo que seja o ar contaminado que exala das suas mascaras de oxigênio pós-guerra. Bom, Energia é bastante cara por aqui, mais caro ainda é a falta dela, de um jeito ou de outro sempre estamos perdendo, vazando, deixando escapar pelos nossos dedos, a nossa humanidade e
simplicidade.
  Talvez se o silencio durasse mais do que o período dos geradores entrarem em funcionamento, alguns abraços surgiriam, talvez o medo do escuro aproximasse as famílias separadas com televisões em cada cômodo, computadores individuais protegidos por senhas enormes, e os egos elétricos que entram em desespero quando não se tem o que fazer,
  Sacamos dos bolsos equipamentos à pilha, videogames de bolso, lanternas, qualquer coisa que pareça uma "luz no fim do tunel" da escuridão gerada por um simples Blackout

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